Há quem garanta que este ano será histórico para vinhos brancos aromáticos, tintos leves e espumantes brasileiros. Nas principais áreas produtoras, exceto a do Vale do São Francisco, o traço comum foi a antecipação da colheita entre 10 e 20 dias, consequência de um inverno pouco rigoroso (período de dormência da planta) e de uma primavera quente, fase de florada e brotação da videira.
Além disso, as chuvas de novembro foram menores que o normal e a insolação acumulada em novembro, dezembro e janeiro esteve em patamar superior ao habitual na Serra gaúcha, nos Campos de Cima da Serra e no Planalto Catarinense. “Essa condição, assegura Eduardo Monteiro, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho, favorece a maturação e a qualidade das uvas, diminuindo a frequência de problemas fitossanitários”.
O volume da safra 2013 deve ser 12% menor do que no ano passado, pela quebra de produtividade registrada em variedades americanas, como a Isabel, com o total atingindo os 610 milhões de quilos. Segundo avaliação de Alceu Dalle Molle, presidente do conselho deliberativo do Ibravin (Instituto Brasileiro do Vinho), o início da safra foi excepcional, especialmente as variedades brancas e as precoces, como a Pinot Noir, muito utilizada em espumantes. Também a uva bordô, base para os sucos 100% naturais, teve a colheita favorecida porque ocorreu em período sem chuvas.
O Ibravin fez um levantamento região por região, para demonstrar as razões do otimismo com a safra. Na Serra Gaúcha, os espumantes apresentam frescor e raro potencial de guarda. Chardonnay, Pinot Noir e Riesling Itálico foram as uvas mais beneficiadas, como também Merlot, Tannat, Pinotage, Barbera e Marselan.
Nos Campos de Cima da Serra a antecipação da vindima deverá resultar na elaboração de vinhos brancos aromáticos e tintos de estrutura média, além de bons espumantes.
A Serra do Sudeste enfrentou irregularidade climática em agosto, o que acarretou uma quebra de até 25% para algumas variedades, sem que afetasse a qualidade, inclusive de castas tintas como Merlot, Nebbiolo, Teroldego,Tannat e da branca Chardonnay.
Na região da Campanha 2013 será um ano propício aos espumantes. Castas de ciclo mediano, como Merlot, Tannat e Teroldego, foram afetadas pelas chuvas, com perda de até 70% do volume em alguns parreirais.
O Planalto Catarinense viu favorecidas as variedades precoces, devido ao inverno curto e à primavera quente. A geada causou perda de 30% das tintas, mas as condições durante a floração permitiram boa expectativa para os espumantes.
Fonte: Jornal do Comércio
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